Papas podem beber cerveja? Veja o que a Igreja diz sobre o assunto

A Fascinante Relação da Igreja Católica com a Cerveja e o Papa Leão XIV

No dia 8 de maio de 2025, a Igreja Católica ganhou um novo líder, o Papa Leão XIV, que já tem uma história de visitas ao Brasil. Uma de suas passagens mais memoráveis aconteceu no Colégio Santo Agostinho, em Belo Horizonte, onde ele celebrou o 70º aniversário da instituição. Durante essa visita, fotos do pontífice segurando uma cerveja se espalharam rapidamente pelas redes sociais, gerando uma onda de comentários e reações.

A Visita do Papa Leão XIV ao Brasil

Em 2012, o então frei Robert Prevost, que na época era prior geral da Ordem de Santo Agostinho, teve a oportunidade de acolher o futuro papa em uma confraternização. As imagens do evento, com Leão XIV à direita em uma mesa tomando uma cervejinha, rapidamente se tornaram virais. Esse momento descontraído gerou debates sobre o consumo de álcool dentro da Igreja, levando muitos a questionar se essa atitude é apropriada para um líder religioso.

A Polêmica do Consumo de Álcool na Igreja

De acordo com Raylson Araújo, especialista em assuntos do Vaticano, não existe uma proibição formal sobre o consumo de álcool na Igreja Católica. Ele explica que a tradição cristã católica, com ênfase na moderação, é clara: o problema não é beber, mas sim a embriaguez. Araújo ressalta que, na Bíblia, o apóstolo Paulo menciona a importância da moderação, e assim a Igreja interpreta que a bebida, em si, não é um pecado.

A Benção da Cerveja

Uma curiosidade interessante é que existe um livro na tradição católica chamado Ritual de Bençãos, que, entre outras coisas, incluía a “benção da cerveja”. Embora esse livro tenha sido descontinuado após uma revisão na década de 60, isso não significa que a Igreja tenha deixado de reconhecer a cerveja como uma bebida socialmente aceitável. Araújo menciona que o Brasil possui uma perspectiva moralista em relação ao consumo de álcool, influenciada por tradições evangélicas.

Diferenças Culturais na Relação com o Clero

No Brasil, é comum que a presença de um padre em festas gere uma certa formalidade, onde se prepara um espaço especial e comida diferenciada para ele. Em contrapartida, em muitos países da América Latina, a interação entre clérigos e os fiéis é muito mais próxima e informal. Muitas vezes, bispos e padres se misturam nas festas, cantando e dançando com o povo, o que contrasta com o que se vê no Brasil.

Exemplos Históricos de Líderes Religiosos com Cerveja

Outro exemplo notável que vem à mente é o do ex-papa Bento XVI, que também foi fotografado segurando uma cerveja durante a celebração de seu 90º aniversário, em 2017. Essa imagem, que mostra Bento XVI ao lado do primeiro-ministro da Baviera em um ambiente descontraído, reforça a ideia de que a cerveja tem um lugar na cultura da Igreja.

A Tradição da Produção de Cerveja nos Mosteiros

O vínculo da Igreja com a cerveja remonta a séculos, com muitos mosteiros medievais se dedicando à sua produção. Araújo menciona que monges eruditos, que eram capazes de ler e escrever, frequentemente se tornavam copistas, transcrevendo textos religiosos enquanto outros se encarregavam de produzir alimentos e bebidas. Em São Paulo, por exemplo, o Mosteiro de São Bento tem uma padaria que é bastante conhecida por seus doces, refletindo essa tradição de produção de iguarias.

Hildegarda de Bingen e a Cerveja

Uma figura notável na história da cerveja é Hildegarda de Bingen, uma mística do século XII, que é frequentemente associada à invenção da cerveja. Essa conexão entre a Igreja e a cerveja é um aspecto fascinante e muitas vezes esquecido da tradição católica.

Conclusão

A relação da Igreja Católica com a cerveja é complexa e repleta de histórias fascinantes. Desde as visitas do Papa Leão XIV ao Brasil até a tradição de produção de cerveja nos mosteiros, fica claro que a bebida tem um lugar especial na cultura católica. Portanto, da próxima vez que você ver uma imagem de um papa segurando uma cerveja, lembre-se de que isso pode ser mais do que apenas um momento descontraído; pode ser a representação de uma rica tradição que perdura há séculos.

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