Flávio Bolsonaro ataca voto de Moraes e promete suspender julgamento do pai
No último dia 9, o senador Flávio Bolsonaro, que representa o PL do Rio de Janeiro, manifestou sua indignação em relação ao voto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes, que tem sido uma figura central em várias decisões polêmicas, pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Flávio. Essa situação gerou uma onda de críticas e descontentamento entre os apoiadores da família Bolsonaro.
Reações de Flávio Bolsonaro
Flávio não se conteve e, em uma coletiva com jornalistas, desabafou sobre a decisão de Moraes, que, segundo ele, parecia mais um político do que um membro da suprema corte. Ele afirmou que a postura do ministro estava carregada de uma emoção negativa, descrevendo-a como “raiva” e “ódio”, e comparou Moraes a um líder do governo do PT. Para Flávio, esse tipo de comportamento é inaceitável em um tribunal, onde as decisões deveriam ser baseadas em provas e não em sentimentos pessoais.
“É uma tristeza no coração ao ver como uma pessoa anuncia um voto político, com tanta raiva, tanto ódio. Parecia o líder do governo, do PT, no Supremo proferindo palavras sem embasamento jurídico, sem nenhuma prova, como quem pratica uma vingança”, disse Flávio aos repórteres.
Denúncias de irregularidades
Além das críticas ao voto de Moraes, Flávio também trouxe à tona algumas alegações graves feitas por Eduardo Tagliaferro, um ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tagliaferro afirmou que o ministro Moraes teria solicitado a alteração de um documento de maneira irregular para justificar uma operação da Polícia Federal. Flávio, em resposta a essa acusação, afirmou que uma perícia teria validado as declarações de Tagliaferro.
“Vamos oficiar todos os ministros do Supremo para que tomem ciência dessa grave denúncia de fraude processual feita por um membro do STF solicitando que seja aberta uma investigação e que seja suspenso esse julgamento até que essa investigação seja concluída”, declarou Flávio.
Problemas no processo judicial
Flávio ainda destacou que a defesa do ex-presidente e dos outros réus teve acesso apenas parcial às provas que foram apresentadas, o que ele considera uma violação dos direitos legais. Ele argumentou que o tamanho excessivo dos arquivos tornou impossível uma análise adequada das evidências. Essa situação levanta questões sobre a transparência e a justiça do processo em curso.
“Além disso, não houve nenhuma investigação sobre as falas de Tagliaferro contra Moraes. Isso é inaceitável. Estamos falando de um processo que envolve a vida e a honra de pessoas que têm direito a um julgamento justo”, completou o senador.
Rebatendo Moraes nas redes sociais
Na manhã do mesmo dia, Flávio já havia se manifestado nas redes sociais, chamando a atenção para o voto de Moraes, que ele classificou como “uma encenação absurda”. Em um vídeo que circulou na plataforma X, ele usou letras maiúsculas para enfatizar sua mensagem: “SEM PROVAS, SEM LEI”. Na legenda, reforçou sua posição, afirmando que não aceitaria a encenação de Moraes e que qualquer sentença precisa ser fundamentada em provas, nexo causal e respeito às leis. “Tudo isso falta nesse pseudo-processo. SOMOS TODOS BOLSONARO”, concluiu.
Movimentos da oposição
Outros membros da oposição também se manifestaram sobre o assunto. O senador Magno Malta, do PL do Espírito Santo, anunciou que a oposição está disposta a acionar organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), caso Jair Bolsonaro seja condenado. Ele enfatizou que, mesmo ciente da tendência esquerdista de algumas dessas instituições, a oposição não hesitará em buscar apoio fora do Brasil.
“Vamos à OEA, à ONU, embora sabendo a tendência esquerdista, e, se necessário for, iremos até o Tribunal de Haia”, afirmou Malta, demonstrando que a repercussão do caso pode ser ainda mais ampla do que se imagina.