Entenda como será o reconhecimento facial e de placas pelas bodycams em SP

Reconhecimento Facial e Leitura de Placas: A Nova Era da Segurança em São Paulo

Recentemente, a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMES) anunciou um avanço significativo em sua estratégia de combate ao crime. A partir de agora, as câmeras corporais dos policiais contarão com tecnologia de reconhecimento facial e leitura de placas. Essa inovação visa não apenas restringir a movimentação dos criminosos, mas também aumentar as chances de captura no território paulista.

Expansão das Câmeras Corporais

Até o momento, a terceira fase do projeto já resultou no envio de 8.123 câmeras em funcionamento na cidade de São Paulo. A próxima etapa do plano expande esse número para 12 mil câmeras até o final do ano, com a adição de mais 3 mil câmeras através de um aditivo contratual. Essa implementação é vista como uma resposta imediata às crescentes demandas por segurança pública e eficiência no trabalho policial.

Colaboração com a Motorola Solutions

A CNN foi a primeira emissora a acompanhar a Motorola Solutions Brasil, empresa responsável por fornecer essa tecnologia inovadora. A apresentação da nova tecnologia ocorreu em São Paulo, onde a Motorola mostrou de que maneira as câmeras podem transformar o trabalho policial. A integração da tecnologia nas câmeras já existentes é um grande passo, pois não será necessário substituir todo o equipamento.

Como Funciona a Nova Tecnologia?

As câmeras corporais, conhecidas como bodycams, terão suas imagens integradas a um sistema avançado que realiza a leitura das dimensões e pontos de referência na face de um indivíduo. Rodolfo Gomes, diretor de soluções de vídeo da Motorola Solutions, explicou que “o algoritmo analítico analisa os pontos da face de uma pessoa, criando uma fórmula matemática para compará-la com uma base de dados”. O mesmo processo será aplicado para a leitura de placas de veículos, que serão verificadas em um banco de dados judicial.

Consultas em Tempo Real

Durante uma abordagem, os policiais poderão pressionar um botão em suas câmeras para consultar imediatamente o banco de dados em relação a uma pessoa ou veículo de interesse. Além disso, mesmo que os agentes não utilizem essa função intencionalmente, o sistema pode enviar alertas sobre criminosos e veículos procurados ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), permitindo que a polícia atue de acordo com a situação apresentada.

Desafios Éticos e de Segurança

Embora essa tecnologia traga benefícios, também levanta importantes questões éticas e de segurança. As câmeras, que antes serviam apenas para registrar ocorrências, agora desempenham um papel de vigilância constante. Thallita Lima, coordenadora de pesquisa do panóptico no Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), expressou preocupação com os erros que podem surgir na construção dos algoritmos e nos bancos de dados utilizados. “No Brasil, enfrentamos o problema da desatualização dos dados, e, apesar dos avanços tecnológicos, ainda existem vieses raciais e demográficos”, alertou.

Riscos de Viés Algorítmico

Ainda segundo Thallita, o algoritmo tende a falhar mais com pessoas que não são brancas. A Motorola, por outro lado, garante que seus algoritmos são testados em diversas etnias e estão sempre aperfeiçoando os recursos para melhorar a precisão do reconhecimento. No entanto, a questão da privacidade em um cenário de vigilância é uma preocupação crescente. A especialista enfatiza que isso pode comprometer direitos fundamentais, como a proteção de dados pessoais, conforme previsto no artigo 5º da Constituição Federal.

Compromisso com a Legislação

A Motorola afirma que suas políticas estão alinhadas com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e que os registros gerados são exclusivos para uso da Polícia Militar. Rodolfo Gomes acrescenta que “o fator humano nunca será substituído”, enfatizando que a análise da inteligência artificial sempre será verificada por um profissional para garantir que o reconhecimento seja realizado de forma correta.

Considerações Finais

Com essas inovações, São Paulo se posiciona na vanguarda da segurança pública, utilizando tecnologias que prometem melhorar a eficiência das operações policiais. No entanto, é essencial que a implementação dessas ferramentas seja feita com responsabilidade, levando em conta as implicações éticas e a proteção dos direitos dos cidadãos. O futuro da segurança pública pode ser mais seguro, mas também deve ser mais justo.

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