Conflitos de Versões: O Encontro Polêmico entre Braga Netto e Mauro Cid no STF
Na última terça-feira, dia 24, ocorreu uma acareação de grande relevância no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o general Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid se encontraram para esclarecer suas versões sobre dois pontos centrais: uma suposta reunião que teria discutido uma tentativa de golpe de Estado e a entrega de uma sacola de dinheiro. A situação, que já era tensa, ficou ainda mais complicada com as declarações contraditórias de ambos os envolvidos.
A Sacola de Vinho e o Dinheiro
Mauro Cid, em seu depoimento, reforçou que recebeu do general Braga Netto uma quantia em dinheiro, a qual estava acondicionada em uma sacola de vinho, durante um encontro no Palácio da Alvorada. O tenente-coronel afirmou que solicitou o dinheiro ao general logo após uma reunião que discutiu a possibilidade de mobilizações para manter Jair Bolsonaro na presidência. Essa declaração levanta questões sobre a natureza dessas reuniões e o que realmente estava sendo planejado.
Por outro lado, a versão de Braga Netto diverge significativamente. Ele alegou ter orientado Cid a procurar o tesoureiro do PL, Coronel Azevedo, que teria deixado claro que não poderia fornecer a quantia solicitada. De acordo com Braga Netto, ele não se envolveu mais com o assunto e negou ter entregado qualquer valor ao tenente-coronel. Essa discrepância entre as narrativas gera um clima de incerteza e desconfiança, complicando ainda mais a situação.
O Encontro Decisivo
Durante a acareação, Cid reafirmou que o ex-ministro Braga Netto havia lhe entregue a sacola lacrada, que ele não abriu, mas que, segundo sua avaliação, continha uma quantia significativa de dinheiro. A questão levantada pela defesa de Braga Netto sobre por que Cid não mencionou o dinheiro em seu primeiro depoimento à Polícia Federal (PF) foi respondida pelo tenente-coronel, que alegou estar “em choque” devido à prisão de colegas no mesmo dia. Essa resposta suscita reflexões sobre a pressão psicológica que os envolvidos estavam enfrentando.
Reunião para Discutir o Golpe?
Em relação à reunião que discutiu uma possível tentativa de golpe, Cid confirmou que havia enviado dois coronéis para conversar com Braga Netto sobre a insatisfação com o resultado das eleições. No entanto, ele enfatizou que o encontro foi apenas uma cortesia, onde os militares foram apenas para cumprimentar o general. Aqui, novamente, as versões se chocam. Braga Netto insistiu que todos os participantes chegaram e saíram juntos, enquanto Cid sustentou que saiu antes dos outros. Este tipo de contradição é um elemento comum em investigações desse tipo, onde o estresse e a pressão podem afetar a memória e as declarações dos envolvidos.
A Mudança de Versão de Cid
Uma questão que intrigou muitos foi a mudança na versão de Cid sobre a reunião ocorrida em 12 de novembro de 2022. Na sua primeira declaração, ele minimizou a importância do encontro, mas após descobrir a operação “Punhal Verde e Amarelo”, que investigava as tentativas de golpe, ele reconsiderou e alterou seu depoimento. Essa mudança pode ser vista como uma tentativa de se proteger ou de colaborar com as investigações, mas também levanta dúvidas sobre a veracidade de suas primeiras afirmações.
Conclusão
A acareação entre Cid e Braga Netto no STF, que ocorreu em uma sala fechada sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes, teve como objetivo esclarecer as inconsistências nas declarações de ambos. A presença dos advogados dos réus foi autorizada, mas a gravação de áudio e vídeo foi proibida, o que é comum em investigações sensíveis como esta. O desdobramento desse caso pode ter implicações significativas para a política brasileira, especialmente considerando o clima conturbado que se seguiu às eleições de 2022. É crucial que as investigações sejam conduzidas de forma justa e transparente, para que a verdade sobre esses eventos possa ser revelada.
Para mais informações e atualizações sobre o caso, fique atento às notícias e acompanhe os desdobramentos por meio de fontes confiáveis.