STF: depoimentos desta 6ª citam caso Abin e surpresa de Braga Netto por 8/1

Depoimentos Reveladores no Processo do STF sobre Tentativa de Golpe de Estado

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) conduziu, na manhã desta sexta-feira, dia 23, mais duas oitivas no contexto do processo que investiga a tentativa de golpe de Estado que ocorreu após as eleições de 2022. Esses depoimentos foram prestados por testemunhas indicadas pelos réus, Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e pelo general Walter Braga Netto, que já ocupou a pasta da Defesa e também a Casa Civil.

O Depoimento de Carlos Afonso Gonçalves

Um dos testemunhos foi dado pelo delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, que foi ex-diretor da Abin e falou em defesa de Ramagem. Durante sua fala, ele esclareceu o uso do polêmico software de espionagem chamado FirstMile. De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), esse software foi utilizado de forma ilegal para monitorar autoridades públicas. Coelho relatou que enfrentou resistência de servidores da Abin ao tentar fiscalizar o uso desse sistema, o que levantou preocupações sobre a transparência e a ética na utilização de ferramentas de inteligência.

Durante seu depoimento, Coelho destacou que tentou obter informações sobre o FirstMile, mas foi recebido de forma hostil por alguns colaboradores da Abin. Ele mencionou que o gestor do contrato do software, Marcelo Furtado, se mostrou relutante em fornecer detalhes, afirmando que não se sentia à vontade para atestar a regularidade do sistema. Isso levanta questões sérias sobre o controle e a supervisão das atividades da Abin, uma entidade que deveria operar com total transparência e responsabilidade.

O Testemunho de Waldo Manuel de Oliveira Aires

Por outro lado, o coronel do Exército, Waldo Manuel de Oliveira Aires, apresentou sua versão em defesa de Braga Netto. Ele revelou que estava jogando vôlei de praia com o general em Copacabana no momento em que ocorreram os ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Aires expressou sua surpresa com os atos de vandalismo, afirmando que não esperava que algo assim pudesse acontecer, especialmente considerando o histórico de manifestações pacíficas do grupo conservador.

Braga Netto, que se encontra preso preventivamente desde dezembro do ano passado, foi mencionado por Aires como alguém que ficou chocado com a violência dos atos. O coronel fez uma análise da situação, dizendo que as depredações eram inesperadas, considerando a natureza geralmente pacífica das manifestações anteriores. Esse ponto de vista traz à tona a complexidade das tensões políticas no Brasil e como elas podem se manifestar de maneiras inesperadas.

Continuando as Audiências

Os depoimentos da manhã duraram em torno de 40 minutos e estavam programados para serem retomados às 14h, com a expectativa de ouvir mais testemunhas de defesa, incluindo o general Augusto Heleno e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Além disso, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão também está entre os convocados para depor, com a defesa de Heleno indicando sua importância como testemunha nesse cenário.

Testemunhas Adicionais e Expectativas Futuras

  • Hamilton Mourão, atual senador e ex-vice-presidente da República.
  • Alex D’Alosso Minussi, coronel do Exército.
  • Gustavo Suarez da Silva, coronel do Exército.
  • Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha.
  • Antônio Capistrano de Freitas Filho, almirante da Marinha.
  • José Aldo Rebelo Figueiredo, ex-ministro da defesa de Dilma.
  • Marcelo Francisco Campos, almirante da Marinha.

Esses depoimentos são parte de um processo mais amplo que busca entender as verdadeiras circunstâncias e intenções por trás dos eventos de janeiro de 2023. A expectativa é que as próximas audiências tragam à tona mais detalhes e elucidações sobre as ações de figuras proeminentes da política brasileira.

As repercussões deste caso estão longe de se esgotar, e a sociedade brasileira observa atentamente cada passo das investigações. É fundamental que o processo judicial seja conduzido com a máxima transparência, para que a confiança do público nas instituições democráticas permaneça intacta.

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