Rumo à COP30: Construindo um Brasil protagonista na economia verde

COP30: Oportunidades e Desafios para o Brasil em um Futuro Sustentável

Estamos vivendo um momento muito importante, especialmente com a COP30 se aproximando rapidamente. Este evento será realizado em Belém do Pará, e é uma chance única para o Brasil mostrar ao mundo suas iniciativas climáticas e o potencial que possui para liderar a transição para uma economia mais sustentável. À medida que os meses passam, a questão climática se torna cada vez mais urgente, com a necessidade clara de aumentar os investimentos em soluções que priorizem a natureza, além de promover a resiliência e a adaptação climática.

A Importância do Brasil na Transição Global

O Brasil, com sua vasta biodiversidade e recursos naturais, tem um papel crucial na transição para uma economia de baixo carbono. Esse protagonismo pode trazer não apenas esperança em tempos difíceis, mas também oportunidades econômicas que podem resultar em prosperidade, emprego e renda para a população. Nesse sentido, no dia 8 de maio, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, enviou uma carta à comunidade internacional convocando todos para uma nova etapa na luta contra a crise climática. Este apelo nos convida a agir, a sair do discurso e entrar em ação.

Um Chamado à Ação

Na carta, há uma forte ênfase em um “mutirão global” que busca inspiração nas tradições e na sabedoria ancestral do Brasil. O objetivo é criar um movimento coletivo, descentralizado e inclusivo, onde as soluções possam ser implementadas de maneira eficaz e gerar um impacto real. Além disso, o documento ressalta a importância de unir novas tecnologias digitais com técnicas ancestrais, e isso é um ponto que deve ser considerado com seriedade.

A Economia Circular como Tema Central

Outra grande novidade que surgiu no mesmo dia foi a aprovação do Plano Nacional de Economia Circular (PLANEC), que apresenta mais de 70 medidas distribuídas em cinco eixos estratégicos. Essas medidas vão desde regulamentações e inovações até estratégias de financiamento e gestão de resíduos. A economia circular é um tema que, de maneira geral, não tem recebido a devida atenção nas Conferências das Partes (COPs) anteriores, e é vital que isso mude.

  • Regulação: Estabelecer normas que favoreçam a circularidade.
  • Inovação: Incentivar novas tecnologias e métodos de produção.
  • Financiamento: Criar linhas de crédito específicas para projetos sustentáveis.
  • Gestão de resíduos: Implementar soluções eficientes para o tratamento de resíduos.

De acordo com estudos da Ellen MacArthur Foundation, cerca de 45% das emissões globais estão ligadas ao consumo de materiais. Esse setor não apenas representa desafios, mas também oferece grandes oportunidades econômicas. Por exemplo, estima-se que a implementação de práticas circulares possa gerar mais de 1 milhão de empregos até 2030 e contribuir com US$ 20 bilhões ao PIB anualmente, conforme apontado por pesquisas do Instituto AYA e da Systemiq.

Desafios e Oportunidades

Embora 85% das indústrias brasileiras já estejam adotando alguma forma de circularidade, ainda existem desafios significativos a serem enfrentados, como a falta de financiamento adequado, defasagem tecnológica e a conscientização dos consumidores. Por isso, é essencial que mobilizemos todos os atores, sejam eles do setor privado, público ou social, para ações urgentes e concretas.

Chamado à Ação de Janez Potocnik

Em um cenário onde a necessidade de ação é urgente, Janez Potocnik, co-presidente do Painel Internacional de Recursos (IRP), fez um chamado à ação, propondo várias “missões” ambiciosas. Entre elas:

  1. Desacoplamento entre crescimento econômico e uso de recursos.
  2. Criação de uma Agência Internacional de Materiais.
  3. Reformas fiscais e eliminação de subsídios prejudiciais.
  4. Definição de metas globais de circularidade.
  5. Integração da gestão de recursos em acordos multilaterais.
  6. Promoção de modelos de negócios circulares.
  7. Educação e conscientização pública.

Essas ações visam não apenas a mitigação dos impactos ambientais, mas também a promoção de um modelo econômico mais resiliente e sustentável para o século XXI. A transição para uma economia circular é vista como vital para alcançar um futuro mais justo e equitativo para todos.

A Responsabilidade do Consumidor e o Papel do Brasil

Janez Potocnik enfatizou que o consumidor e a natureza devem estar no centro das decisões. Ele destacou: “O futuro será verde ou não será”, o que sublinha a importância da economia circular como uma alavanca fundamental dessa transformação. O Brasil possui o conhecimento, os recursos e o potencial para liderar essa mudança global.

A COP30 é a nossa chance de demonstrar isso ao mundo. Para que essa transformação se concretize, é fundamental que deixemos de lado apenas os discursos e partamos para a prática, que deve gerar oportunidades reais de emprego e renda para a população. Será que conseguiremos implementar essas práticas na COP30?

Com esse espírito de mobilização e construção coletiva, inicio minha jornada como especialista da COP30 para a CNN Brasil, trazendo reflexões, dados e histórias sobre os caminhos possíveis para uma transformação ecológica justa, regenerativa e inclusiva. Que possamos mostrar ao mundo que esse futuro já chegou e que o Brasil é a potência verde que o mundo precisa.