Por que a Câmara aprovou aumentar o número de deputados? Entenda

Mudanças na Câmara: Aumento de Deputados e o Impacto nas Representações Estaduais

A Câmara dos Deputados, uma das principais instituições do nosso sistema político, passou por um momento significativo nesta terça-feira, dia 6, ao aprovar um projeto que pode aumentar o número de deputados federais de 513 para 531. Essa proposta, apresentada pelo deputado Damião Feliciano (União-PB), visa adicionar 18 novas vagas a partir das eleições de 2026. O tema é debatido na Câmara desde o ano passado e ganhou força após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que exigiu uma revisão do número de parlamentares por estado, com base nos dados populacionais mais recentes.

Contexto e Justificativas

O STF determinou que essa revisão deveria ser realizada até 30 de junho deste ano, utilizando os dados do Censo Demográfico de 2022 como referência. Contudo, o Supremo também estabeleceu que o número total de deputados permaneceria em 513, o que gerou um dilema: alguns estados que enfrentaram uma diminuição populacional seriam prejudicados, enquanto outros, que cresceram, poderiam ganhar novas cadeiras. Isso trouxe à tona a discussão sobre a representatividade e a equidade na distribuição das vagas na Câmara.

O que diz a proposta?

A proposta aprovada é um substitutivo elaborado pelo relator Damião Feliciano, que transforma um projeto original da deputada Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-deputado Eduardo Cunha. Um ponto importante do texto é que ele proíbe que estados que já conseguiram representação na eleição anterior percam suas cadeiras, mas por outro lado, determina que a distribuição das novas vagas deve ser feita com base na contagem populacional. Isso significa que, se a proposta for adiante, a Câmara poderá, de fato, ter um total de 531 deputados, refletindo uma realocação mais precisa das cadeiras de acordo com a população.

Próximos passos

Após a aprovação na Câmara, a proposta agora segue para análise do Senado Federal. Um detalhe crítico é que, se não for aprovada dentro do prazo estipulado pelo STF, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentar a situação através de uma resolução. Essa nova composição da Câmara, que pode chegar a 531 deputados, traz à tona a necessidade de uma auditoria nos dados populacionais fornecidos pelo IBGE, que serão analisados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). É importante ressaltar que esses dados podem ser contestados por partidos políticos ou pela representação jurídica dos estados, o que abre um espaço para disputas legais e políticas.

Impacto nas Representações

De acordo com o relator, essa proposta é uma forma de corrigir as distorções que atualmente penalizam os estados que estão sub-representados, especialmente aqueles que tiveram um crescimento populacional significativo nas últimas décadas. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que também esteve envolvido na articulação da proposta, defendeu que a ampliação deve ocorrer de forma equilibrada, sem reduzir a representação dos estados que perderam população. Essa visão visa assegurar que todos os estados sejam devidamente representados, respeitando a correlação de forças regionais.

Estados que podem ganhar cadeiras

Conforme o relatório, as novas vagas seriam distribuídas entre os estados da seguinte forma:

  • Pará: 4 cadeiras
  • Santa Catarina: 4 cadeiras
  • Amazonas: 2 cadeiras
  • Mato Grosso: 2 cadeiras
  • Rio Grande do Norte: 2 cadeiras
  • Paraná: 1 cadeira
  • Ceará: 1 cadeira
  • Goiás: 1 cadeira
  • Minas Gerais: 1 cadeira

Essa distribuição, se efetivada, poderá significar um impacto financeiro significativo, com a criação das novas vagas gerando um custo anual estimado em cerca de R$ 64,6 milhões. É uma quantia que certamente merece discussão e análise, especialmente considerando o contexto econômico atual do país.

Considerações Finais

O aumento do número de deputados na Câmara é um tema que, sem dúvida, gera opiniões divergentes. Para uns, é uma oportunidade de melhorar a representatividade e corrigir desigualdades. Para outros, é um custo adicional que deve ser ponderado. O que se sabe é que as questões relacionadas à representação política são fundamentais para a democracia e devem ser discutidas com seriedade. O que você pensa sobre isso? Deixe seu comentário e participe dessa discussão!