Despedida de Arlindo Cruz: Uma Celebração de Vida e Samba
No último sábado, dia 9, o cantor Arlindinho, de 33 anos, se despediu de seu pai, o icônico Arlindo Cruz, que faleceu aos 66 anos. O velório aconteceu na quadra da escola de samba Império Serrano, localizada no coração do Rio de Janeiro, e foi marcado por um ambiente de celebração, cercado de amigos e familiares que se reuniram para prestar suas últimas homenagens.
Um Velório em Forma de Festa
Em entrevista ao jornalismo, Arlindinho revelou que a cerimônia estava sendo exatamente como seu pai gostaria. Ele destacou que Arlindo Cruz havia pedido para que a despedida fosse cheia de alegria: “Ele queria cerveja liberada para o povo, churrasco”, contou, enfatizando a vontade do sambista de celebrar a vida ao invés de focar na tristeza da perda.
Esse tipo de celebração é comum na cultura brasileira, especialmente entre os amantes do samba. Arlindinho, visivelmente emocionado, compartilhou que, apesar de ser um momento difícil, ele não poderia deixar de atender ao pedido do pai: “Vamos comer, nos divertir e lembrar dele com alegria. Vamos na palma da mão para fazer essa alma encontrar a luz quanto antes”, afirmou, tocando o coração de todos os presentes.
Legado de Amor e Música
Arlindo Cruz não era apenas um artista; ele era um símbolo de luta, trabalho e amor ao samba. O legado deixado por ele é imenso, e Arlindinho fez questão de ressaltar isso durante a cerimônia. “Ele merece. Ele é luz, um ser humano maravilhoso. Ele deixa um legado de luta, de trabalho e de amor ao samba”, concluiu seu filho, expressando o quanto o pai foi importante não só para a família, mas também para a cultura brasileira.
Detalhes da Cerimônia
A cerimônia teve início às 18h e foi aberta ao público, permitindo que fãs e admiradores também pudessem se despedir do artista. O sepultamento está programado para o dia seguinte, domingo (10), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, onde será realizado às 11h. Durante o velório, imagens históricas do sambista eram projetadas em um telão, acompanhadas por dezenas de coroas de flores que adornavam o local.
A família fez um pedido especial para que todos os presentes usassem roupas claras, especialmente brancas, em respeito ao ritual de despedida. Essa escolha não é apenas uma questão estética, mas sim uma forma de simbolizar a luz e a paz que Arlindo Cruz sempre buscou em sua vida e em sua música.
O Gurufim: Uma Tradição de Celebração
O velório de Arlindo Cruz seguiu um formato conhecido como gurufim, que é um ritual de origem africana trazido ao Brasil por povos escravizados. O gurufim se caracteriza por ser uma celebração festiva, onde a música, a dança, a comida e a bebida são elementos fundamentais. O objetivo é transformar a dor da perda em uma homenagem à vida do falecido, criando um ambiente de alegria.
- Música: A bateria da escola de samba Império Serrano se apresentou durante o velório, animando os presentes e fazendo com que todos se sentissem parte de uma grande celebração.
- Comida e Bebida: O cardápio incluiu pratos que Arlindo Cruz adorava, com a cerveja fluindo livremente, proporcionando um clima de confraternização.
- Memórias: Histórias e lembranças do sambista foram compartilhadas, fazendo com que todos refletissem sobre a importância de sua obra e sua contribuição para a música brasileira.
Uma Homenagem que Transcende a Morte
A despedida de Arlindo Cruz foi mais do que um simples velório; foi uma verdadeira celebração da vida, um tributo ao legado que ele deixou e à alegria que sempre trouxe aos corações das pessoas. Esse evento serviu como um lembrete de que, mesmo diante da dor, a música e a união podem transformar momentos difíceis em memórias felizes.
Para aqueles que tiveram o privilégio de conhecer Arlindo Cruz ou apenas apreciaram sua arte, o sentimento de saudade será eterno. Que sua luz continue a brilhar e que a música que ele deixou nunca seja esquecida.
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