Operação Superego: A Falsa Psicóloga que Enganou Famílias no Rio Grande do Sul
No dia 15 de agosto, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul deu início à Operação Superego, uma ação que visa investigar um caso alarmante de fraude na área da psicologia. A operação revelou que uma mulher estava se passando por psicóloga, atendendo principalmente crianças em várias cidades, incluindo Porto Alegre, Guaíba e Canoas. O trabalho foi coordenado pela 3ª Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e teve a colaboração da Delegacia de Polícia de Ivoti.
Uma Atuação Ilegal e Prejudicial
A investigação mostrou que a mulher atuava há aproximadamente três anos, mesmo sem ter qualquer formação superior na área de psicologia e sem registro no Conselho Regional de Psicologia (CRP). Para enganar seus pacientes e suas famílias, ela utilizava o número de registro de uma psicóloga legítima da cidade de Ivoti, o que levantou sérias preocupações sobre a segurança das crianças que buscavam ajuda profissional.
Ela se apresentava como especialista em diversas áreas, incluindo neuropsicologia, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Para atrair clientes, usou redes sociais e sites, tornando-se uma figura aparentemente respeitável na comunidade.
O Resultado da Operação
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os policiais coletaram uma série de evidências que comprovam a atuação irregular da mulher. Entre os itens apreendidos estavam documentos, receituários, um carimbo com o nome da psicóloga verdadeira, uma agenda de atendimentos, cartões de visita e até mesmo fotos dela vestindo toga de formatura. Um dos achados mais chocantes foi um canudo que parecia ser um diploma falsificado.
Até o momento, três casos de atendimento a crianças foram formalmente registrados. No entanto, a Polícia Civil acredita que o número real de vítimas pode chegar a centenas, considerando o tempo que ela esteve operando de forma ilegal. Isso levanta questões sérias sobre a segurança e o bem-estar das crianças que podem ter sido atendidas por ela durante esse período.
Alertas e Prevenções
A delegada Alice Fernandes, que está à frente da investigação, fez um apelo aos pais e responsáveis. Ela enfatizou a importância de verificar a regularidade do profissional antes de qualquer acompanhamento psicológico. Essa é uma medida crucial para garantir a segurança das crianças e evitar que outras pessoas sejam enganadas por falsários como essa mulher.
Os pais são aconselhados a checar se o psicólogo possui a formação adequada e o registro no CRP. Além disso, é fundamental que as famílias denunciem quaisquer suspeitas de irregularidade às autoridades. Para isso, a Delegacia de Pronto Atendimento da DECA, em Porto Alegre, está disponível para registrar ocorrências, assim como a Delegacia Online.
Conhecimento é Poder
- Verifique sempre a formação: Procure saber se o profissional possui diploma e registro no CRP.
- Desconfie de ofertas muito atrativas: Se algo parece bom demais para ser verdade, pode ser um sinal de alerta.
- Converse com outros pais: Trocar informações sobre profissionais de saúde mental pode ajudar a evitar fraudes.
- Denuncie: Caso suspeite de algo irregular, não hesite em denunciar às autoridades competentes.
Reflexão Final
É triste pensar que pessoas podem se aproveitar da vulnerabilidade de famílias e crianças em busca de ajuda. A Operação Superego não só revelou uma fraude grave, mas também serve como um importante lembrete da necessidade de vigilância e cuidado ao escolher profissionais de saúde mental. Todos nós temos um papel na proteção das crianças, e estar bem informado é o primeiro passo para garantir que elas recebam a ajuda que realmente precisam.
Se você ou alguém que você conhece passou por uma situação semelhante ou tem dúvidas sobre a regularidade de um profissional, não hesite em buscar informações e se proteger. Você não está sozinho nessa jornada e, juntos, podemos criar um ambiente mais seguro para todos.