A Vida Dupla: Entre o Crime e o Trabalho Lícito nas Favelas Brasileiras
Um recente estudo, o Raio-X da Vida Real, conduzido pelo Data Favela, trouxe à tona uma realidade alarmante: cerca de um terço dos entrevistados que estão envolvidos com tráfico de drogas também buscam complementar sua renda com atividades legais. Isso mostra uma complexidade na vida das pessoas que vivem em favelas e periferias, onde a necessidade muitas vezes força uma divisão entre o crime e o trabalho formal.
Um Olhar Sobre os Números
A pesquisa revela que 36% das pessoas envolvidas no tráfico de drogas também exercem algum tipo de trabalho remunerado. Dentro dessa amostra, os dados são ainda mais intrigantes. Aproximadamente 42% realizam bicos, ou seja, trabalhos pontuais que não garantem uma renda fixa. Outros 24% se identificam como empreendedores, enquanto 16% têm um emprego formal com carteira assinada. Além disso, 14% ajudam em negócios de familiares ou amigos, e 2% estão envolvidos em projetos sociais, mostrando que mesmo em meio ao crime, há um desejo de engajamento e contribuição.