Homem mata namorada a pedradas, confessa feminicídio e é preso

A Trágica Realidade do Feminicídio: Um Olhar sobre a Violência Contra Mulheres

Nos últimos anos, a violência contra mulheres no Brasil se tornou um tema cada vez mais urgente e alarmante. O recente caso de Amanda dos Santos Souza, que foi brutalmente assassinada por seu companheiro, Diego Vitorino da Silva, em Campos dos Goytacazes, é um exemplo trágico e chocante dessa realidade. A história de Amanda, que teve seu fim tão abruptamente, nos leva a refletir sobre as questões sociais e legais que cercam o feminicídio, um crime que não pode mais ser ignorado.

Um Crime Horrendo

O assassinato de Amanda ocorreu dentro de sua própria casa, um espaço que deveria representar segurança e aconchego. Diego, de 29 anos, utilizou pedras para tirar a vida da mulher, um ato de violência extrema que foi presenciado por uma das filhas do casal. É doloroso pensar que uma criança teve que testemunhar uma cena tão brutal, e isso levanta questões sobre o impacto psicológico que isso terá em sua vida.

Após o crime, Diego fugiu, mas foi encontrado e preso na terça-feira, dia 9. Ele confessou o ato, alegando ter agido por ciúmes, acreditando que Amanda tinha um relacionamento extraconjugal. Essa justificativa, embora comum em casos de violência doméstica, não diminui a gravidade do ato cometido. O que se observa é uma tragédia que se repete, onde a posse e o controle se sobrepõem ao respeito e à dignidade humana.

A Luta Contra o Feminicídio

A investigação do caso de Amanda não é um evento isolado. Infelizmente, muitos outros casos semelhantes ocorrem diariamente, e a Polícia Civil já confirmou que a vítima havia registrado três denúncias anteriores de violência doméstica contra Diego. Ela chegou a solicitar uma medida protetiva, mas acabou desistindo, uma decisão que muitas vezes se relaciona ao medo e à insegurança que as mulheres enfrentam ao denunciar seus agressores.

O aumento dos casos de feminicídio é alarmante. Um levantamento do Instituto Sou da Paz revelou que a cidade de São Paulo concentra uma parte significativa dessas ocorrências. Comparando dados de 2024 e 2025, a capital paulista registrou uma alta de 23% nos feminicídios, e em relação a 2023, essa alta chegou a 71%. Um padrão que se repete: a residência da vítima é o cenário principal onde esses crimes acontecem, e armas brancas ou objetos contundentes são frequentemente utilizados.

Desafios e Perspectivas

Adriana Liporoni, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher em São Paulo, destaca que o feminicídio frequentemente é o último estágio de agressões contínuas. O crescimento no número de notificações pode ser atribuído tanto à escalada de conflitos nos relacionamentos quanto à melhoria na classificação e registro legal desses crimes. A tipificação do feminicídio, que ocorreu em 2015, possibilitou uma melhor identificação das motivações de gênero, mas não explica sozinho o aumento das ocorrências.

Para que possamos mudar esse cenário, é fundamental que a sociedade como um todo se mobilize e reconheça os sinais de violência. O desafio está em prevenir e identificar os primeiros indícios do ciclo violento. Muitas vezes, quando esses sinais são reconhecidos, as chances de interromper a escalada da violência aumentam significativamente.

O Papel da Sociedade

A abordagem ao feminicídio deve ser distinta da adotada para outros crimes, uma vez que a maioria é cometida por parceiros, ex-parceiros ou familiares, frequentemente dentro da própria residência. Malu Pinheiro, do Instituto Sou da Paz, defende a ampliação dos serviços de acolhimento e proteção, que são essenciais para que as mulheres possam romper vínculos abusivos com segurança.

Além disso, o impacto desses crimes atinge não apenas as vítimas, mas também os profissionais que lidam com essas cenas de violência. A fotógrafa técnico-pericial Telma Rocha, com mais de 30 anos de experiência, relata o impacto emocional que essas situações causam, descrevendo as feridas de defesa e o sofrimento das vítimas. É um lembrete poderoso de que é preciso agir e mudar essa realidade.

Conclusão

O caso de Amanda é um lembrete sombrio da necessidade de uma ação coletiva e efetiva contra o feminicídio. Precisamos nos unir para garantir que as mulheres tenham um lugar seguro e que possam viver sem medo de violência. Se você ou alguém que você conhece está em uma situação de risco, é crucial buscar ajuda. Denuncie pelo 180 e, em emergências, acione a Polícia Militar pelo 190. Juntos, podemos lutar por um futuro onde a violência contra mulheres não seja mais uma triste realidade.



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