Prefeitura do Rio interdita asilo irregular em Paciência após denúncias

Asilo Irregular em Paciência: Ação da Prefeitura Revela Situação Crítica para Idosos

Nesta quarta-feira, dia 26, uma ação conjunta entre a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro resultou na interdição de um asilo que operava de forma irregular na zona oeste, mais especificamente no bairro de Paciência. A operação teve como objetivo averiguar diversas denúncias recebidas, que apontavam para uma realidade alarmante enfrentada por alguns idosos que estavam sob os cuidados desse local.

O Local da Interdição

O asilo em questão está situado na Rua Caraguatatuba e, durante a fiscalização, foram encontrados sete idosos, sendo três mulheres e quatro homens. A situação era ainda mais preocupante, pois não havia nenhum cuidador ou equipe de atendimento presente no local. Essa falta de assistência levantou sérias questões sobre o bem-estar dos residentes e a adequação do espaço para abrigar pessoas em situação de vulnerabilidade.

A Resposta das Autoridades

A Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (DEAPTI) foi o órgão responsável pela operação, que foi desencadeada após cinco denúncias enviadas ao canal Rio Cuidadoso. Essas denúncias revelaram não apenas a negligência com os idosos, mas também a falta de acompanhamento médico e condições sanitárias extremamente inadequadas. Os agentes que participaram da operação encontraram indícios que sugerem a ocorrência de óbitos ligados ao asilo, que agora estão sob investigação.

Condições Precárias e Falta de Licenciamento

Durante a vistoria, que foi coordenada pelo delegado Mário Luiz da Silva, as equipes da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SEMESQV) se depararam com um imóvel que apresentava condições de higiene deploráveis. Os alimentos estavam armazenados de maneira insalubre e o espaço em geral estava extremamente sujo. Essa revelação é um alerta para a necessidade de fiscalização rigorosa em instituições que cuidam de idosos.

Consequências da Interdição

As autoridades informaram que o asilo não possuía autorização para funcionar como Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), levando à sua interdição total. Agora, os idosos que estavam sob os cuidados do asilo passarão por avaliações médicas e sociais, para que possam ser realocados em instituições que estão dentro da legalidade, ou então retornarem para os seus familiares.

Responsáveis sob Investigação

Os responsáveis pelo asilo já foram identificados e estão sendo investigados por exercício irregular da atividade, além de exporem a saúde dos idosos a riscos severos. A proprietária do asilo poderá ainda responder por maus-tratos, conforme estipulado no Estatuto do Idoso, que visa proteger os direitos e a dignidade das pessoas mais velhas.

Fiscalização e Ações de Regularização

É importante ressaltar que, neste ano, 19 instituições irregulares foram interditadas na capital, resultando na retirada de 132 idosos de situações de vulnerabilidade. Infelizmente, cinco óbitos foram registrados em locais desse tipo, incluindo um caso em Brás de Pina que culminou na prisão da responsável. Esses números ilustram a urgência de ações efetivas de fiscalização.

Programas de Incentivo à Regularização

Além das ações de fiscalização, a Prefeitura do Rio de Janeiro está promovendo programas de incentivo à regularização das instituições que cuidam de idosos. Em novembro, 100 instituições receberam o Selo Dignidade, que é uma forma de reconhecimento por boas práticas de cuidado. Atualmente, cerca de 250 unidades estão cadastradas no município, o que mostra um esforço para melhorar as condições de vida dos idosos.

Conclusão

A situação do asilo em Paciência é um reflexo de um problema maior que envolve a proteção e o cuidado com a população idosa. É fundamental que a sociedade e os órgãos públicos continuem atentos a essas instituições, garantindo que os direitos dos idosos sejam respeitados e que eles tenham acesso a um atendimento digno e de qualidade. A fiscalização deve ser uma prioridade, e a consciência sobre a importância do cuidado com os idosos deve ser disseminada entre todos nós.



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