Alckmin Comenta Redução de Tarifas Americanas e o Futuro do Comércio Exterior Brasileiro
No último sábado, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, fez declarações interessantes a respeito das recentes mudanças nas tarifas de importação dos Estados Unidos. Segundo ele, a ordem do presidente norte-americano, Donald Trump, que propõe a diminuição das tarifas sobre produtos brasileiros, é um movimento positivo e que está na direção correta. No entanto, ele também deixou claro que o Brasil não vai parar por aí e continuará lutando para negociar melhores condições, especialmente em relação ao que ele chamou de ‘tarifaço’.
Tarifas em Questão
Alckmin destacou que alguns produtos, como café, carne e frutas, que antes tinham uma taxa de 50%, agora foram reduzidos para 40%. Apesar dessa queda, ele considera que esse valor ainda é alto e que precisa ser ajustado. A questão das tarifas é bastante relevante, especialmente para o Brasil, que é um dos maiores exportadores de café para os Estados Unidos. Aliás, ele mencionou que essa tarifa de 40% para o café não faz sentido, sendo que o Brasil é o maior fornecedor deste produto no mercado americano.
Com o aumento dos preços, os consumidores americanos, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor, pagaram quase 20% a mais pelo café em setembro se comparado ao ano anterior. Portanto, a redução das tarifas pode ter um impacto significativo no preço final pago pelos consumidores, além de beneficiar os exportadores brasileiros.
Crescimento do Comércio Exterior
Durante a coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto, Alckmin também fez questão de ressaltar que o comércio exterior brasileiro está em um momento robusto. Ele informou que as exportações do país chegaram a impressionantes US$ 290 bilhões entre janeiro e outubro, estabelecendo um novo recorde. Em outubro, por exemplo, houve um crescimento de 9,1%. Esses números são animadores e mostram que o Brasil está se posicionando cada vez mais no mercado internacional.
Além disso, o vice-presidente mencionou a abertura de quase 500 novos mercados e a assinatura de novos acordos comerciais, o que pode fortalecer ainda mais a posição do Brasil no comércio global.
Impactos Imediatos das Novas Tarifas
Alckmin afirmou que a decisão do governo americano em reduzir as tarifas teria efeitos imediatos sobre itens que são relevantes para a pauta exportadora do Brasil. Entre esses produtos, estão:
- Suco de laranja, cuja tarifa caiu de 10% para 0%, beneficiando exportações de aproximadamente US$ 1,2 bilhão por ano;
- Frutas como manga, açaí, goiaba, abacaxi e banana, todas com uma redução de 10 pontos na alíquota;
- Café, que teve a tarifa reduzida de 50% para 40%, mas ainda continua com uma taxa considerada excessiva;
- Celulose, ferroníquel, madeira macia e serrada, além de alguns móveis, que já haviam recebido reduções em tarifas anteriormente.
Alckmin enfatizou que existe uma ‘distorção que precisa ser corrigida’, principalmente quando se compara a situação do Brasil com a de países como o Vietnã, que teve a tarifa do café reduzida de 20% para 0%. Com o Brasil sendo responsável por 33% do café consumido nos Estados Unidos, especialmente o arábica, Alckmin acredita que ainda há espaço para negociações e melhorias.
Brasil como Solução para os EUA
Outro ponto importante que o vice-presidente mencionou é que o Brasil não é visto como um problema, mas sim como uma solução para os Estados Unidos. Ele destacou que, quando os produtos americanos entram no Brasil, a maioria deles não enfrenta tarifas, o que facilita as relações comerciais. Alckmin afirmou que, dos 10 produtos mais exportados para o Brasil, 8 têm tarifa zero, apontando que os Estados Unidos têm um superávit comercial com o Brasil. Isso é algo que pode ser muito vantajoso para ambos os lados.
Próximos Passos e Expectativas
Apesar dos avanços, Alckmin reforçou que ainda não há um encontro agendado com autoridades americanas para discutir essas questões, mas deixou claro que o Brasil está aberto a dar mais um passo para ampliar o diálogo, especialmente após a COP30. Ele encerrou suas declarações de forma otimista, ressaltando que foi dado um passo importante, mas que ainda há muito a ser feito.
Em suma, as recentes mudanças nas tarifas de importação dos Estados Unidos representam uma oportunidade significativa para o Brasil, e a busca por melhores condições comerciais deve continuar. O monitoramento de como essas alterações impactarão tanto o mercado brasileiro quanto o americano será crucial nos próximos meses.