Exposição ‘Você Já Escutou a Terra?’ no Museu da Pessoa
Localizado no coração de Belém, o Museu do Estado do Pará, também conhecido como Palácio Lauro Sodré, abre suas portas para uma experiência única que promete encantar e provocar reflexões profundas. A exposição intitulada ‘Você Já Escutou a Terra?’ está em exibição e a melhor parte é que a entrada é gratuita, permitindo que todos tenham a chance de participar desse evento cultural até o dia 1º de fevereiro de 2026.
A Curadoria e o Conceito
A curadoria deste projeto fascinante é de responsabilidade do renomado líder indígena e filósofo Ailton Krenak, em parceria com a antropóloga Karen Worcman. Juntos, eles convidam o público a embarcar em uma jornada de escuta biocêntrica, onde todas as formas de vida são reconhecidas como igualmente valiosas. A proposta é oferecer ao visitante experiências sensoriais e narrativas que colocam em evidência a importância do nosso planeta e as relações que temos com ele.
O projeto faz parte da programação ampla chamada ‘Vidas, Vozes e Saberes em um Mundo em Chamas’, promovida pelo Museu da Pessoa em 2025. Além de Krenak, outros colaboradores incluem Marcelo Larrea, que cuidou da expografia, e Benjamin Taubkin, responsável pela trilha sonora imersiva. A proposta é que, ao vivenciar a exposição, o público reflita sobre a forma como os seres humanos se relacionam com a Terra e o impacto que suas ações têm no meio ambiente.
O Percurso da Exposição
A exposição é dividida em quatro módulos interligados, criando um percurso de escuta e reconexão com o nosso planeta. O primeiro módulo, chamado “Cabine Manto”, permite que cada visitante grave sua própria história em resposta à pergunta provocativa: “Você Já Escutou a Terra?” Essa interação já gera um primeiro impacto, pois cada relato é uma forma de conexão pessoal com o tema da mostra.
Após essa etapa, os visitantes são levados ao segundo módulo, conhecido como “O Manto”. Este ambiente imersivo é coberto por uma enorme peça coletiva feita de resíduos e tecidos provenientes de diversas regiões do Brasil. Aqui, os visitantes são envolvidos por uma simulação da crosta terrestre, onde luzes, sons da natureza e vozes humanas se mesclam para criar uma experiência única e tocante.
O terceiro módulo, “Rios de Memória”, apresenta histórias de vida coletadas em seis biomas brasileiros entre 2024 e 2025, oferecendo uma visão rica e diversificada das experiências e culturas que habitam nosso país. Por fim, a exposição finaliza no módulo chamado “Fala, Museu da Pessoa”, onde são apresentados os bastidores do projeto e depoimentos de comunidades que participaram da iniciativa.
Experiência Digital
Para aqueles que não podem visitar a exposição presencialmente, uma versão digital está disponível. Essa plataforma online reúne mais de 50 histórias de vida oriundas dos seis biomas brasileiros, além de reflexões de Krenak e materiais educativos gratuitos para professores, ampliando ainda mais o alcance da proposta educativa.
Reflexões de Ailton Krenak
Ailton Krenak, em suas considerações sobre a exposição, destaca a importância de um movimento biocêntrico. Ele afirma: “Se a gente conseguisse abrir o pensamento para um movimento biocêntrico, entenderíamos porque os povos originários são tão ligados aos seus lugares de origem. É uma atitude comum, coletiva.” Essa perspectiva é essencial para promover uma maior compreensão sobre a relação que temos com o nosso ambiente.
Conclusão
Se você está em Belém ou planeja visitar a cidade, não perca a oportunidade de conhecer essa exposição que, sem dúvida, promete não só educar, mas também inspirar uma nova forma de pensar sobre a Terra e as nossas interações com ela. Deixe-se envolver por essa experiência única e contribua para a construção de um mundo mais consciente.