Aos 35, morre Baek Se-hee, escritora coreana de “No céu não tem tteokbokki”

A Trágica Partida de Baek Se-hee

A escritora sul-coreana Baek Se-hee, conhecida por seu impactante best-seller “Queria morrer, mas no céu não tem tteokbokki”, faleceu aos 35 anos. A notícia foi anunciada pela Agência Coreana de Doação de Órgãos em um comunicado feito na quinta-feira, 16. O aviso, no entanto, não trouxe detalhes sobre a causa de sua morte, o que deixou muitos fãs e leitores chocados e tristes.

O Legado de um Livro Transformador

O livro de Se-hee é uma obra que mistura memórias pessoais com reflexões sobre a saúde mental, revelando suas conversas com um psiquiatra enquanto ela lutava com sentimentos complexos de querer partir deste mundo, mas ao mesmo tempo, desfrutar de pequenas alegrias da vida. Um exemplo claro disso é seu amor pelo tteokbokki, uma famosa comida de rua na Coreia do Sul, que se tornou um símbolo de prazer em meio à dor.

Desde seu lançamento em 2018, a obra rapidamente se tornou uma sensação na Coreia do Sul, recebendo aclamação e reconhecimento. Através de suas palavras, Baek conseguiu tocar o coração de muitos que também enfrentam batalhas internas. Seu livro não apenas se destacou nas prateleiras das livrarias sul-coreanas, mas também alcançou sucesso internacional, figurando na lista de best-sellers do Sunday Times e recebendo uma indicação do New York Times.

Reflexões sobre Saúde Mental

Baek Se-hee não hesitou em compartilhar sua luta com a depressão, um tema que ainda é tabu em muitas culturas. Em uma passagem poderosa de seu livro, ela escreveu: “Mesmo quando mudei todas as partes da minha vida que eu queria mudar — meu peso, educação, parceiro e amigos — eu ainda estava deprimida. Nem sempre me sentia assim, mas entrava e saía de uma melancolia que era tão inevitável quanto o mau tempo.” Essas palavras ressoam com muitos, mostrando que a mudança externa não necessariamente resulta em transformação interna.

A Continuidade da Sua História

Em 2019, Baek lançou um segundo livro de memórias, intitulado “Queria morrer, mas no céu (ainda) não tem tteokbokki”. Neste, ela continuou a discorrer sobre suas lutas com a distimia, uma forma crônica de depressão que é menos intensa, mas persistente. A sinceridade de sua escrita e sua capacidade de expressar a dor de forma tão genuína fez com que muitos se identificassem com suas histórias.

Uma Homenagem da Família

A irmã mais nova de Baek, Baek Da-hee, fez uma emocionante homenagem a ela após a notícia de sua morte. Em um comunicado divulgado pela Agência de Doação de Órgãos, ela descreveu Baek como alguém que sempre escreveu e compartilhou seu coração com os outros. “Espero que ela agora descanse em paz no céu. Eu te amo muito”, disse Da-hee, refletindo sobre o amor e a bondade que sempre foram parte do caráter de sua irmã.

A Doação de Órgãos e a Esperança

Além de seu legado literário, Baek fez uma escolha altruísta, doando seu coração, pulmões, fígado e rins, salvando a vida de cinco pessoas. Este ato de generosidade é um poderoso lembrete de que, mesmo em meio à tragédia, ainda há espaço para esperança e nova vida.

Conclusão

A morte de Baek Se-hee é uma perda imensurável para o mundo literário e para todos aqueles que se sentiram tocados por suas palavras. Seu trabalho continua a inspirar e a provocar discussões necessárias sobre saúde mental e a importância de buscar ajuda. Que sua história e seu legado perdurem, estimulando conversas que podem ajudar outras pessoas a encontrar sua própria luz em meio à escuridão.