Rebecca: A Musa do Salgueiro Que Inspira Gerações

Nascida e criada no Morro São João, no Engenho Novo, no Rio de Janeiro, Rebecca, que hoje tem 27 anos, cresceu ouvindo o samba que ecoava nas ruas e nas casas da sua comunidade. Desde muito nova, ela já estava envolvida com a cultura do samba, acompanhando sua avó até a quadra da escola de samba Salgueiro. Foi lá que ela deu seus primeiros passos na dança, ingressando na ala de passistas mirins da agremiação. Esses momentos moldaram não apenas seu futuro, mas também sua identidade dentro do carnaval carioca.

O Início de uma Grande Trajetória

Com muita dedicação e talento, Rebecca rapidamente se destacou entre os passistas. Em 2016, ela alcançou um marco importante em sua carreira, ao conquistar o título de Rainha das Passistas. Essa posição foi um sonho realizado e, durante os três anos seguintes, ela se tornou uma figura emblemática da escola. O seu papel não era apenas de exibição; era também um símbolo de força e representatividade. Em 2019, após uma pausa para se dedicar à sua carreira musical, ela voltou para a escola em 2022, agora como musa, cargo que ocupa até hoje.

O Papel de Musa e Representante

Rebecca não é apenas uma musa do samba; para ela, ocupar esse cargo é uma forma de representar e inspirar meninas da periferia. “Quero que as meninas da comunidade vejam que é possível sonhar grande e ocupar espaços de destaque, sim, mesmo vindo de onde viemos. Cada conquista nossa é uma vitória delas”, disse ela em uma entrevista à CNN. Essa fala dela reflete a importância de ter referências positivas e de como a visibilidade pode mudar vidas. A sua presença na avenida é um lembrete de que a força e a beleza vêm de qualquer lugar.

Preparativos para o Carnaval de 2026

Com o carnaval de 2026 se aproximando, Rebecca está em contagem regressiva. A escola Salgueiro levará para a Marquês de Sapucaí uma homenagem à famosa carnavalesca Rosa Magalhães. Os preparativos são intensos, e a musa se dedica a ensaiar o samba no pé, fazer treinos físicos e estudar o enredo. “Ser musa não é só desfilar bonita. É viver cada batida do surdo, cada passo, com paixão e entrega. É representar a história da escola, da nossa comunidade e mostrar que o lugar da mulher na avenida é de protagonismo”, enfatiza.

A Experiência de Desfilar

Para Rebecca, cada desfile é uma experiência única e emocionante. “Vou dar tudo de mim, levando comigo a alegria, a força e a representatividade da comunidade que acreditou em mim desde o início”, conclui emocionada. A conexão dela com a escola e a comunidade é profunda, e isso se reflete em sua performance na avenida. O samba é mais do que uma dança; é uma forma de expressar amor, luta e identidade.

Reflexões sobre o Carnaval e a Comunidade

Além de ser uma musa, Rebecca também é uma voz ativa em questões sociais. Ela acredita que o carnaval pode ser uma plataforma para discutir e trazer à tona problemáticas que afetam a comunidade. O samba, com sua rica história e cultura, é uma forma de resistência e de celebração. Através de sua arte, ela busca conscientizar e inspirar, mostrando que a beleza do carnaval vai além do brilho e das fantasias.

Conclusão

Rebecca é um exemplo de como a paixão pelo samba pode transformar vidas. Sua trajetória é uma ode à força das mulheres da periferia e à importância da representatividade. Para ela, cada passo dado na avenida é um passo em direção a um futuro mais inclusivo e cheio de possibilidades. O carnaval, para Rebecca e para muitos, é um momento de celebração, mas também de reflexão e luta. Que venham os desfiles, as músicas e as histórias que o samba ainda tem para contar!