Moraes diz que Eduardo dificulta notificação e manda publicar em edital

Decisão do STF: Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo Enfrentam Novas Acusações

No dia 29 de outubro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão que chama a atenção de muitos no cenário político brasileiro. Ele determinou que a notificação do deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PL-SP, em relação a uma denúncia feita contra ele, seja realizada através de edital. Por outro lado, o blogueiro Paulo Figueiredo será notificado por meio de carta rogatória. Essa movimentação levanta questões importantes sobre a responsabilidade e a atuação de figuras públicas no exterior.

A Decisão do Ministro Moraes

Na sua decisão, Moraes destacou que Eduardo Bolsonaro está fora do Brasil com o propósito de continuar uma “prática criminosa” e evitar a responsabilização judicial. O documento revela que o deputado se encontra temporariamente fora do território nacional, como consta na denúncia, para evitar a aplicação da lei penal. Essa afirmação está embasada em postagens de Eduardo nas redes sociais, que, segundo o ministro, corroboram essa intenção de evasão.

O trecho do documento que menciona essa situação é bem claro: “O denunciado, de maneira transitória, encontra-se fora do território nacional, exatamente, conforme consta na denúncia, para reiterar na prática criminosa e evadir-se de possível responsabilização judicial evitando, dessa maneira, a aplicação da lei penal”. Além disso, Moraes também trouxe à tona publicações feitas por Eduardo que mostram que ele estava ciente da abertura do processo, e que a sua permanência nos Estados Unidos poderia ser interpretada como uma tentativa de escapar da justiça brasileira.

Notificações e Processos Judiciais

A notificação por edital é uma prática comum em processos judiciais quando a parte envolvida dificulta o recebimento da intimação. Por outro lado, a carta rogatória é um instrumento utilizado para comunicar indivíduos que residem fora do Brasil. Com essa decisão, o ministro também determinou que o processo fosse desmembrado, o que significa que os casos de Eduardo e Paulo Figueiredo serão analisados separadamente. Essa estratégia pode facilitar a condução do processo e assegurar que cada caso seja julgado com a devida atenção.

Ambos os denunciados, Eduardo e Paulo, enfrentam acusações de coação no curso do processo, após, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), atuarem contra o Judiciário brasileiro enquanto estavam nos Estados Unidos. Uma vez que as notificações forem realizadas, abre-se um prazo de 15 dias para que as defesas se manifestem.

O Julgamento e suas Implicações

O prazo para a manifestação das defesas é regimental, e após a entrega dos documentos, o relator do caso, Alexandre de Moraes, liberará a denúncia para julgamento. Nesse momento, o STF avaliará se a PGR apresentou indícios suficientes de autoria e materialidade dos crimes alegados. Importante ressaltar que esse julgamento não discute a culpa ou inocência dos acusados, mas sim se há elementos que justifiquem a instauração de um processo.

Se os ministros decidirem que sim, será aberto um processo criminal formal, e os investigados passarão a ser réus. Essa fase é crucial, pois o resultado pode ter um impacto significativo não apenas na vida dos acusados, mas também no cenário político do Brasil como um todo.

As Denúncias e as Reações

A PGR, na denúncia, argumenta que Eduardo e Figueiredo utilizaram uma rede de contatos com autoridades americanas para pressionar o STF a encerrar os processos sobre um suposto golpe de Estado sem que houvesse condenações. Além disso, a PGR alegou que os denunciados usaram “ameaças de violentas sanções” para coagir os ministros do Supremo.

Em resposta a essas acusações, Eduardo e Paulo emitiram uma nota conjunta, onde caracterizaram a denúncia como “fajuta”. Eles afirmaram que não se deixarão intimidar por supostos acordos obscuros ou intimidações, reiterando que o que buscam é uma anistia ampla e irrestrita, que permita a restauração da normalidade democrática e institucional no Brasil.

Essa situação revela as complexidades do atual panorama político no país, onde figuras públicas estão cada vez mais expostas a processos judiciais que podem impactar suas carreiras e a confiança da população nas instituições. As próximas etapas desse caso certamente serão observadas de perto, tanto pela mídia quanto pela sociedade.