Países da América do Sul querem criar corredor ecológico maior que o Alasca

Iniciativa Jaguar Rivers: Conectando Ecossistemas para Proteger a Biodiversidade da América do Sul

Uma nova iniciativa da organização sem fins lucrativos Onçafari está dando passos importantes na restauração e proteção de ecossistemas na Bacia do Rio Paraná. Essa bacia não só atravessa o Brasil, mas também se estende pela Argentina, Bolívia e Paraguai, cobrindo uma vasta área que se aproxima de 2,5 milhões de quilômetros quadrados. Para se ter uma ideia, essa região é quase duas vezes o tamanho do Alasca! O projeto, que se chama Jaguar Rivers, tem como objetivo reconectar ecossistemas que foram fragmentados, utilizando corredores fluviais como uma estratégia essencial.

O Lançamento do Projeto

O anúncio do Jaguar Rivers ocorreu em um evento da Semana do Clima de Nova Iorque, realizado na última quinta-feira, 25. Além do Onçafari, estão envolvidos na liderança do projeto organizações como a Rewilding, na Argentina, Nativa, na Bolívia, e a Fundación Moisés Bertoni, no Paraguai. Essa colaboração internacional demonstra a importância de unir esforços para enfrentar a crise ambiental que afeta a região.

Financiamento e Sustentabilidade

Para garantir os recursos necessários para a execução do projeto, uma campanha de financiamento privado já arrecadou cerca de US$26 milhões, o que representa aproximadamente um terço do orçamento operacional para os primeiros três anos. Deli Saavedra, diretor da iniciativa, destaca a importância dessa ação:

“Estamos empreendendo um ato muito estratégico para salvaguardar um dos maiores sistemas fluviais do mundo. Ao restaurar sua integridade ecológica, diversas espécies e comunidades atualmente ameaçadas em quatro países têm a oportunidade de prosperar.”

Desafios da Biodiversidade

É alarmante saber que as populações de vida selvagem na América do Sul diminuíram em 94% desde 1970, tornando essa a queda mais acentuada do mundo. Os principais fatores que contribuíram para esse colapso incluem o desmatamento, a degradação de rios, a fragmentação de habitats, incêndios florestais e a superexploração dos recursos naturais. O projeto Jaguar Rivers surge como uma resposta a essa crise, com a expectativa de reverter esse cenário sombrio.

Metodologia do Projeto

A iniciativa Jaguar Rivers se baseia em quatro pilares fundamentais para proteger e restaurar a Bacia do Paraná:

  • Arcas: Grandes ecossistemas intactos que abrigam espécies-chave e que serão restaurados e repovoados para se tornarem fontes de dispersão da vida selvagem.
  • Zonas de Amortecimento: Áreas circundantes onde práticas de economia restauradora promovem a coexistência entre humanos e a natureza.
  • Trampolins Ecológicos: Refúgios menores ao longo dos corredores fluviais que permitem a dispersão segura da fauna, reduzindo conflitos entre humanos e animais.
  • Rios e Planícies de Inundação: Corredores vitais que necessitam de fluxos ecológicos saudáveis, protegidos por meio de monitoramento e políticas robustas.

Conheça as Organizações Envolvidas

O Onçafari, no Brasil, é conhecido por seu trabalho em ecoturismo baseado na vida selvagem, sendo pioneiro na habituação de onças-pintadas. A organização foi a primeira a reintroduzir com sucesso onças em seu habitat natural. Na Argentina, a Fundación Rewilding Argentina tem doado terras para a criação de parques, protegendo mais de 1,6 milhão de hectares. Na Bolívia, a Nativa promove a gestão de áreas protegidas, enquanto a Fundación Moisés Bertoni no Paraguai cuida da Reserva Florestal de Mbaracayú, garantindo a proteção de mais de 64.000 hectares de Mata Atlântica ameaçada.

Considerações Finais

O projeto Jaguar Rivers representa uma esperança renovada para a biodiversidade da América do Sul. Através da colaboração entre diferentes organizações e a mobilização de recursos, é possível vislumbrar um futuro mais sustentável e resiliente para os ecossistemas da Bacia do Paraná. É essencial que todos nós nos unamos a essa causa, apoiando e divulgando iniciativas que visem à conservação do nosso planeta. Você também pode fazer a sua parte! Que tal comentar abaixo suas opiniões sobre esse projeto?