Invasão Armada em Hospital no Rio: Um Caso de Violência Inaceitável
Na madrugada de quinta-feira, dia 18 de outubro, o Hospital Municipal Pedro II, localizado na zona Oeste do Rio de Janeiro, foi palco de uma invasão armada que chocou a comunidade local e levantou questões sobre a segurança nas instituições de saúde. A Secretaria de Segurança Pública do Rio confirmou que a Polícia Civil já conseguiu identificar um dos suspeitos que liderou essa ação criminosa.
Identificação do Suspeito
De acordo com o secretário da Segurança, Felipe Curi, o indivíduo em questão possui um histórico criminal que inclui antecedentes por porte ilegal de arma, adulteração e clonagem de veículos. Ele já havia sido preso em 2017 por envolvimento com milícias. As investigações prosseguem para verificar se o mandante da invasão estava presente no hospital durante o ataque.
Reforço no Patrulhamento
Após a invasão, o 27º BPM (Santa Cruz) intensificou o patrulhamento na região de Santa Cruz e lançou uma operação na comunidade do Gouveia. Isso foi uma resposta imediata à situação, que deixou a população em estado de alerta. A Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, assegurou que os atendimentos no hospital continuavam normais, apesar do tumulto causado pela invasão.
Apreensões e Detenções
A Polícia Militar também relatou que, durante as ações de repressão ao crime na região, várias operações foram realizadas para desmobilizar pontos de comércio e atividades econômicas que, supostamente, eram explorados por milicianos. O resultado dessas ações foi a detenção de sete indivíduos e a apreensão de itens como um simulacro de arma de fogo, um veículo roubado, 19 botijões de gás e produtos que estavam sendo comercializados sem nota fiscal. Todos os casos foram encaminhados à 36ª DP (Santa Cruz).
Como Ocorreu a Invasão
Imagens capturadas por câmeras de segurança revelaram a entrada de um grupo de oito homens vestidos de preto no hospital. Um deles se destacou por estar utilizando um uniforme da Draco, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, e estava armado com um fuzil. Contudo, apesar da farda, ele não era um policial. O grupo se dirigiu ao centro cirúrgico em busca de Lucas Fernandes de Souza, um paciente que, na ocasião, já havia sido transferido para a enfermaria. Lucas havia sido baleado várias vezes em um ataque anterior dentro de um condomínio na mesma localidade.
Impacto no Atendimento
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, revelou que, enquanto a invasão acontecia, cerca de 300 pacientes estavam internados na unidade, incluindo 36 em estado crítico no CTI. A situação foi descrita como caótica, com pais e mães presentes, alguns com crianças nos braços, e outras mulheres em trabalho de parto. “Nunca esperaríamos ver uma invasão de um hospital por homens armados. Isso causou um transtorno imenso nesta madrugada. Os hospitais sempre foram considerados áreas protegidas, mas essa situação vem se agravando”, lamentou o secretário.
Investigações em Andamento
Em coletiva de imprensa, Felipe Curi forneceu mais detalhes sobre o suspeito identificado e suas ligações com atividades criminosas. O paciente alvo da invasão, Lucas, também possui um histórico criminal que inclui extorsão e foi preso pela DRACO em 2019. Curiosamente, ele estava em condicional e sem pendências jurídicas. Informações preliminares sugerem que Lucas havia deixado a milícia para se juntar ao Comando Vermelho, o que poderia ter motivado o ataque, que, segundo a polícia, visava sua execução e não um resgate.
Reações das Autoridades
O ato de violência gerou uma série de reações entre as autoridades locais. O secretário de Saúde mencionou que, somente em 2025, 516 unidades de saúde interromperam atendimentos devido a problemas de segurança. Em contrapartida, o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, questionou os números, garantindo que nem 20% das unidades afetadas realmente sofreram intervenções. Essa troca de declarações apenas reforça a tensão que permeia o cenário de segurança pública no Rio.
Histórico de Invasões em Hospitais no RJ
Infelizmente, essa não é a primeira vez que hospitais no Rio de Janeiro se tornam alvo de invasões armadas. Já houve registros de ataques semelhantes em anos anteriores, como no Hospital Getúlio Vargas em 1994, no Carlos Chagas em 2008, e mais recentemente em 2016 no Souza Aguiar, onde mais de vinte criminosos tentaram resgatar um integrante de uma facção criminosa. Esses episódios alarmantes levantam questões sérias sobre a segurança nas áreas de saúde pública, que deveriam ser protegidas.