Lula e a Assembleia Geral da ONU: Expectativas e Desafios na Concessão de Vistos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representante do Partido dos Trabalhadores (PT), está confirmado para participar da 80ª Assembleia Geral da ONU, que ocorrerá em Nova York no final deste mês de setembro. De acordo com as informações recentes, o visto do presidente está em ordem, mas sua comitiva ainda não foi totalmente definida. Isso se deve à incerteza sobre a concessão de vistos para outros membros que o acompanharão, principalmente em relação ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Desafios na Concessão de Vistos
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil solicitou ao governo dos Estados Unidos um visto para Padilha no dia 19 de agosto, já que seu visto anterior havia expirado. No entanto, até agora, não houve uma resposta clara sobre esse pedido. Essa situação gera preocupações, pois a agenda de Padilha para o final do mês ainda não está totalmente definida. Mesmo que o visto seja aprovado, pode ser que ele opte por ficar no Brasil devido a compromissos ministeriais.
O governo brasileiro reconhece que existem “algumas pendências” relacionadas à concessão de vistos. Alguns assessores do Executivo afirmam que, apesar de possíveis atrasos, ainda há tempo suficiente para resolver essas questões antes da assembleia. O diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, Marcelo Marotta Viegas, mencionou em uma declaração que a demora é uma decisão soberana dos EUA e que todos os vistos ainda em processamento estão sendo considerados.
A Preocupação da ONU
Na mesma linha, a ONU expressou preocupação com o atraso na emissão dos vistos da delegação brasileira. Na última sexta-feira, o Brasil já havia manifestado ao comitê de relações com o Estado-sede da ONU sua inquietação em relação a essa situação. Essa questão se torna ainda mais relevante no contexto atual, especialmente considerando a relação complicada entre o Brasil e o governo americano, que sob a administração de Donald Trump, implementou diversas medidas contra o Brasil.
Consequências da Relação Brasil-EUA
Um exemplo dessas medidas é a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA. Além disso, os vistos de importantes figuras, como o ministro Alexandre de Moraes do STF e outros dois servidores que trabalharam no programa Mais Médicos, foram revogados. Essa situação pode afetar diretamente as relações diplomáticas e comerciais entre os dois países.
Até o momento, a composição da comitiva presidencial ainda não está definida. A CNN reportou que o governo acredita não ser necessário finalizar a lista de pessoas que acompanharão o presidente neste momento. Entretanto, uma informação positiva é que o visto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já foi renovado, permitindo que ele possa acompanhar Lula na viagem.
Preparativos para a Viagem
Lula deve embarcar para Nova York no próximo final de semana e ficará na cidade até o dia 25 de setembro. Na terça-feira, dia 23, está agendada a sua participação na abertura da Assembleia Geral da ONU, onde ele fará o discurso inaugural, seguido pela fala do presidente americano. Outros compromissos na agenda incluem eventos sobre democracia, mudanças climáticas e discussões sobre a criação do Estado palestino.
Exemplos Históricos de Participação na ONU
Historicamente, mesmo autoridades que eram vistas como desafetos dos EUA conseguiram entrar no país para participar da Assembleia Geral da ONU. Um exemplo notável é o de Fidel Castro, que caminhou pelas ruas de Nova York em 1960, durante a Revolução Cubana. Esses antecedentes mostram que, apesar das tensões políticas, a participação em eventos internacionais é um aspecto importante da diplomacia.
Com tudo isso em mente, a expectativa para a participação de Lula na Assembleia Geral da ONU é alta, mas os desafios em relação à concessão de vistos e a dinâmica da política internacional podem influenciar a eficácia da sua presença. Resta aguardar e torcer para que tudo se resolva a tempo para uma participação significativa do Brasil na ONU.